domingo, 14 de março de 2010

Descoberta civilização pré-européia na Amazônia


Áreas desmatadas da Amazônia revelam vestígios de uma sociedade desconhecida no norte do Brasil

Com a ajuda do Google Earth, pesquisadores descobrem centenas de desenhos geométricos feitos no solo – os chamados geoglifos. Entre os sinais deste tipo mais famosos já encontrados no mundo, destacam-se as linhas de Nazca, no Peru.

São mais de 200 locais e 210 estruturas distribuídas em uma área de 250 km de largura que incluem círculos e quadrados perfeitos, muitos conectados por estradas retas. Esses enormes desenhos são formados de canais com 11 metros de largura e de um a três metros de profundidade. Eles ainda possuem barreiras laterais entre 0,5 e um metro, erguidas com os depósitos das escavações. Os círculos têm diâmetros que variam de 90 a 300 metros.

As figuras foram datadas como sendo do ano 1.283DC, mas é possível que alguns tenham sido feitos até 200DC. Os primeiros foram descobertos em 1999, depois que grandes áreas da floresta foram desmatadas para criação de pastagens. Os locais de buscas estão concentrados no Acre, Amazonas e norte da Bolívia.


Segundo os autores, o serviço do Google dá muito pouca cobertura a essas áreas não-urbanas, o que leva a crer que os desenhos encontrados representam apenas 10% do que ainda deve ser descoberto.

A equipe de pesquisa, que inclui Denise Schaan, da Universidade Federal do Pará, e Alceu Ranzi, da Universidade Federal do Acre, acredita que as grandes medidas das estruturas são um indício do tamanho da população que vivia no local.

Segundo eles, para formar desenhos como estes seriam necessárias pelo menos 300 pessoas – e que, no total, essa civilização deveria contar com 60 mil membros. As escavações no local revelaram também indícios de habitação, como cerâmicas, carvão e pedras lascadas como ferramentas.


Os autores das obras escolheram um platô de 200 metros de altura para construir a maioria dos desenhos, o que teria dado a eles a vantagens na defesa e uma vista clara para a chegada de possíveis inimigos.

Os pesquisadores acreditam que essa região da América do Sul era repleta de sociedades complexas, provavelmente dizimadas por doenças trazidas por colonizadores há 500 anos. O estudo muda a tese de que a área só poderia suportar pequenas vilas de moradores.

A equipe publicou as descobertas no jornal Antiquity.

Fonte: Revista Info.

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